Bares, salão de beleza, promoção de vendas, pedreiros e lojas de roupas e acessórios. Essas foram as atividades que registraram o maior número de Microempreendedores Individuais (MEIs) formalizados em Minas Gerais no ano passado. O levantamento foi realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Ao todo, foram feitas 180 mil formalizações em 2019 em todo o Estado, sendo que essas cinco ocupações que mais se destacaram numericamente corresponderam a 40% do total. Além disso, de acordo com um levantamento feito pelo Sebrae Minas, tendo como base os dados do Portal do Empreendedor, Minas Gerais concentra mais de 1 milhão de MEIs e é o terceiro do Brasil em números de formalizados, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Os benefícios para a economia, com isso, são grandes, conforme destaca a analista da entidade, Laurana Viana.

Uma dessas vantagens, ressalta Laurana, está relacionada ao pagamento de impostos por parte do MEI, por mais que os valores não sejam altos. “Além disso, o fato de o microempreendedor individual ter a possibilidade de contratar um empregado também contribui para o aumento das vagas formais de trabalho”, avalia.

Existe também o fato de que, afirma ela, até mesmo os números do comércio aumentam, uma vez que o MEI tem a possibilidade, com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), de comprar de grandes fornecedores, conseguir descontos melhores e repassá-los aos consumidores.

No ano passado, somente os bares foram os responsáveis por 25,7 mil registros de MEI. Em seguida, cabeleireiros, manicure e pedicure chegaram a 14,4 mil, promoção de vendas, 10,8 mil, pedreiros, 10,5 mil, e comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, 10,4 mil.

De acordo com Laurana, isso se justifica porque algumas atividades, como as de bares, são bastante tradicionais em Minas Gerais, sobretudo na capital mineira e na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As ocupações ligadas à área de beleza, por sua vez, apresentaram crescimento, segundo a analista do Sebrae Minas, principalmente depois da Lei do Salão Parceiro.

É provável que, em 2020, outra atividade também apresente crescimento no número de formalizações, diz Laurana: a de motoristas de aplicativos, uma vez que eles tiveram acesso a essa possibilidade de registro como MEI recentemente.

Ainda em 2019, comércio e serviços foram os responsáveis por 72% das formalizações em Minas Gerais, o que corresponde a 131 mil MEIs. Por outro lado, o setor com o número mais baixo de formalizados foi o da agropecuária, com 2.167 MEIs.

Dos 180 mil formalizados em Minas Gerais em 2019, metade estava nas regionais Centro e Zona da Mata e Vertentes. As cidades com o maior número de MEIs no período, de janeiro a dezembro do ano passado, eram Belo Horizonte (35,2 mil MEIs), Contagem (7,4 mil), Uberlândia (8,4 mil), Juiz de Fora (6,1 mil), Betim (4,3 mil) e Montes Claros (3,8 mil).

Dos mais de um milhão de microempreendedores individuais do Estado, de acordo com o levantamento do Sebrae, 53% são homens e 47% são mulheres, sendo que 54% dos MEIs em Minas Gerais têm entre 31 e 50 anos de idade.

“Os postos formais de trabalho diminuíram e não foram repostos na mesma proporção. Pessoas que estavam desempregadas, ao não verem um novo posto de trabalho ser aberto, aproveitam o conhecimento e a experiência que têm para empreender e gerar renda”, diz Laurana. “Tem mercado para todo mundo. Basta estudar o cliente e saber como vai atendê-lo com excelência”, conclui a analista do Sebrae Minas.

Fonte: Diário do Comércio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *