A recuperação de crédito na capital mineira apresentou alta de 4,15% em agosto no acumulado dos últimos 12 meses. Este é o quinto aumento consecutivo acompanhando a trajetória de queda do número de inadimplentes observada desde o mês de abril, neste tipo de comparação.

Os dados do Indicador de Recuperação de Crédito do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) foram divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).

De acordo com o economista da entidade, Gilson Machado, a combinação de uma série de fatores tem proporcionado este movimento, que pode melhorar ainda mais nos próximos meses.

“Alguns indicadores macroeconômicos estão contribuindo para que o consumidor consiga quitar as dívidas. Entre eles está a própria inflação, que no período compreendido está menor e a taxa básica de juros (Selic) que também em trajetória descendente, tem ajudado na hora de as pessoas renegociarem seus débitos”, explicou.

A título de comparação, a queda da taxa básica de juros quando comparada ao mesmo período de um ano está 1 ponto percentual menor, tendo passado de 6,5% em agosto de 2018 para 6,5% em agosto deste ano; já a queda da inflação em 0,77 ponto percentual no mesmo período reflete a baixa de 4,19% para 3,42%, respectivamente.

De qualquer maneira, o especialista chamou a atenção para o fato de os consumidores ainda se manterem cautelosos, em virtude da recuperação ainda lenta da economia nacional. O Produto Interno Bruto (PIB) que inicialmente tinha uma previsão de crescimento de 2,5% foi revisado para 0,81% (Bacen). No entanto, ele destacou também que há um ambiente melhor quando comparado aos anos anteriores.

“Existem outros fatores que poderão continuar influenciando a recuperação de crédito e, consequentemente, o nível das vendas no comércio nos próximos meses. A começar pelos saques do FGTS, disponibilizados a partir de setembro e também o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Ambos injetam recursos na economia e muitas pessoas acabam utilizando para quitar dívidas, recuperando seus créditos para voltar a consumir”, detalhou, citando também a recuperação do mercado de trabalho.

Dívidas quitadas – Neste sentido, o Indicador de Dívidas, que mostra o número de dívidas que foram quitadas, está seguindo a mesma tendência dos devedores, e apresentou um crescimento de 0,14% no acumulado dos últimos 12 meses. É que, da mesma maneira, à medida que as pessoas vão conseguindo se realocar no mercado de trabalho, elas quitam alguns débitos.

“São os dois lados: quem tem dívida busca quitá-las para voltar a consumir e quem não tem, usa para consumir ou investir. Em ambos os casos orientamos sempre pela importância do planejamento financeiro para não ficar inadimplente. É preciso consumir de forma consciente”, finalizou o economista.

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Fonte: Diário do Comércio

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