Pandemia de Covid-19 impulsiona as vendas on-line em Minas Gerais

Se por um lado as medidas de distanciamento social em combate ao Covid-19 vêm prejudicando diversos setores, especialmente o varejo, por outro, acelerou processos de transformação em muitas áreas, como no e-commerce. Em Minas Gerais e em Belo Horizonte, onde as restrições ao funcionamento das atividades foram intensas, houve incremento na participação no comércio digital nacional.

Um levantamento da empresa de tecnologia em logística Intelipost, por exemplo, mostrou que cerca de 10% dos 30 milhões de pedidos feitos pela internet e contabilizados pela empresa na primeira metade deste ano foram realizados em Minas Gerais. O Estado apareceu na terceira posição entre as maiores performances de janeiro a junho deste exercício. À frente estavam São Paulo, com 41,1% e Rio de Janeiro, com 11,3%. Atrás de Minas vieram Rio Grande do Sul (5,75%) e Paraná (5,24%).

Já a capital mineira concentrou 6,4% do total nacional, aparecendo em quarto lugar entre as cidades que mais compraram pela Internet nos primeiros seis meses deste exercício. Em primeiro lugar ficou São Paulo (37,2%), sem segundo Rio de Janeiro (14,3%); em terceiro Brasília (6,4%) e em quinto Curitiba (4,1%).

De acordo com o COO da Intelipost, Gabriel Drummond, vários fatores interferem na concentração de pedidos por região, como renda média, grau de escolaridade e acesso à internet. Além disso, segundo ele, conta a favor de Minas Gerais, a localização geográfica, uma vez que pela proximidade com São Paulo e Rio de Janeiro, o Estado abriga muitos centros de distribuição (CD) e consegue maior eficiência na logística.

“Mas não tenho dúvidas de que a maior restrição do funcionamento das atividades comerciais tenha colaborado para esse desempenho. Em Belo Horizonte, por exemplo, muitos setores ficaram mais de 130 dias sem poder abrir as portas, o que levou os consumidores para o comércio on-line”, lembrou.

Diante do cenário, não apenas no Estado, mas em todo o País, o que se viu foi uma aceleração na transformação digital, tanto sob o ponto de vista do vendedor quanto do comprador. Para se ter uma ideia, conforme Drummond, se no início da quarentena no País, algumas empresas apresentaram recuo de 20% a 30% nas vendas, com o passar dos meses e com a implementação de e-commerce ou fortalecimento das ações digitais, já reverteram o prejuízo com aumento de 50% nos níveis de comercialização.

“O incremento, na verdade, ocorreu por um somatório de fatores, como a mudança no comportamento do consumidor, o maior investimento no digital por parte do lojista, o remanejamento de equipes das lojas físicas para o processo de venda ativa por diferentes canais virtuais, entre outros”, explicou.

Black Friday – Agora a expectativa se volta para Black Friday, tradicionalmente realizada em novembro. É que embora nos Estados Unidos, onde teve origem, a liquidação tenha começado nas lojas físicas, no Brasil, a campanha já começou no ambiente digital. Neste ano, com o novo cenário, a aposta é que a força das vendas seja ainda maior.

“Estou curioso e quase com receio, pois se em épocas comuns tínhamos vendas de um mês que valiam por dois ou de um dia que valia por seis, imagine como será agora que tudo está concentrado no digital”, afirmou, ponderando, porém, que não há risco de colapso na logística de entrega, já que o mercado tem amadurecido muito neste sentido. “As redes hoje preferem trabalhar com prazos estendidos. Podem até correr o risco de perder a venda, mas cumprem o prazo prometido”, justificou.

Fonte: Diário do Comércio

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