O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai captar € 70 milhões, aproximadamente R$ 450 milhões, em recursos para linhas de crédito voltadas a empresas de todos os portes e municípios do Estado.

O montante terá como origem a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), conforme contrato celebrado ontem entre as partes. A disponibilização do financiamento já começa neste mês e tem como prazo limite o período de 12 anos.

Conforme destaca o presidente do BDMG, Sergio Gusmão, neste primeiro momento, os recursos vêm para ajudar a dar uma resposta à pandemia do Covid-19. Posteriormente, a ideia é que os valores sejam alocados a projetos que estejam em linha com uma abordagem socioambiental e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Os nossos desembolsos são muito robustos. O BDMG ultrapassou a marca de R$ 1,5 bilhão em desembolsos para empresas e municípios mineiros em sete meses de 2020, o que já é mais do que o registrado em 2019 (R$ 1,3 bilhão). O ano passado já havia sido superior a 2018 (R$ 1,28 bilhão)”, ressalta Sergio Gusmão, destacando toda a trajetória de crescimento que vem sendo verificada.
Em relação aos maiores beneficiados com os recursos, o presidente do BDMG lembra que o banco conta com uma carteira bastante pulverizada, o que é algo bom, que gera impactos representativos. “São mais de 700 contratos com municípios. No que diz respeito a empresas, são 23 mil clientes atendidos. Com a nossa plataforma digital, conseguimos chegar à ponta, inclusive no sentido geográfico”, pontua ele.

Sustentabilidade – Sergio Gusmão afirma que o banco está sempre procurando diversificar a origem dos recursos que compõem as suas linhas de crédito. Isso envolve, diz ele, o aprofundamento de parcerias com organismos multilaterais de fomento, a exemplo da AFD.

No entanto, as ações não devem parar após dar respostas à crise de liquidez ocasionada pela pandemia. Os investimentos do BDMG em sustentabilidade já eram focados antes desse período, observa Gusmão. Agora, após todos os desdobramentos da propagação do Covid-19 pelo mundo, eles poderão ficar ainda mais intensos.

“Existe uma discussão internacional relacionada à retomada verde, à retomada sustentável. A gente entende que os desafios anteriores à pandemia se intensificaram com ela”, diz o presidente da instituição financeira, pontuando situações como o tema da desigualdade. Para Gusmão, é necessário aproveitar a energia da retomada para focar uma agenda efetiva e pragmática de desenvolvimento sustentável, voltada para os desafios do século XXI.

Pioneirismo – Em material enviado para a imprensa, o diretor regional da AFD Brasil – Cone Sul, Philippe Orliange, relata que o BDMG foi o primeiro parceiro da agência no País que assinou um financiamento climático.

“Em 2013, assinamos a primeira linha de crédito, chegando a um total de investimentos no Estado de Minas Gerais no valor de € 31 milhões. Agora, em 2020, iremos assinar nossa segunda linha de crédito de um valor superior, que irá apoiar tanto as medidas anticíclicas desenvolvidas pelo BDMG em resposta à crise econômica causada pelo Covid-19, além de fortalecer a estratégia do banco na área dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ainda, a AFD e o BDMG almejam pleitear um financiamento da União Europeia para integrar essa linha de crédito”, explica.

Nesse cenário, valores maiores deverão ser utilizados pelo BDMG no combate aos reflexos econômicos da pandemia do Covid-19. A entidade atualmente está em conversas avançadas com o Banco Europeu de Investimento (BEI) com objetivo de flexibilizar 30% dos €100 milhões que foram captados em outubro do ano passado.

Inicialmente, todo o montante tinha como finalidade projetos de eficiência energética e energias renováveis. Porém, agora, a intenção é que os 30% componham linhas de crédito gerais, tendo em vista a necessidade de recursos para o processo de retomada econômica.

Fonte: Diário do Comércio

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