Uma quadrilha acusada de aplicar o chamado “golpe do protesto” foi presa nesta quarta-feira pela Polícia Civil do Distrito Federal. O grupo teria enganado, pelo menos, 81 pessoas aqui no DF, mas atuava também em Goiás e Mato Grosso do Sul.
O esquema, que funcionava desde 2014, era assim: eles fingiam que eram funcionários de cartórios e ligavam para vítimas que tinha algum título que estava protestado ou em fase de protesto. Na conversa, convenciam a pessoa a depositar o dinheiro na conta de um suposto tabelião. O argumento era o de que a dívida seria quitada e que o nome da pessoa ou da empresa dela não seriam incluídos em cadastros de inadimplentes.
Áudios divulgados pela Polícia Civil mostram como o grupo agia.
A partir dessa conversa, era combinada uma forma de o pagamento ser feito. Durante as investigações, inclusive, uma das vítimas percebeu que se tratava de um golpe.
Nessa operação foram cumpridos oito mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão, em São Paulo. A estimativa é de que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 4 milhões às vítimas.
Já em outra operação, a Polícia Civil mirou em duas empresas que teriam fraudado licitações. As empresas fornecem alimentos para hospitais públicos, presídios e restaurantes comunitários em vários estados.
Elas burlavam a concorrência pública para que alguma das empresas vencesse e, com isso, fosse contratada para o serviço. As investigações mostram que houve, inclusive o uso de robôs – softwares específicos para dar lances automáticos nos pregões – em uma das licitações no Distrito Federal.
Foram cumpridos 27 mandados em Brasília, em quatro cidades de Goiás e em três cidades de São Paulo. Os acusados podem responder por crimes como corrupção e organização criminosa.